quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Insônia

A noite vem e se mostra
Mais profunda a cada tic,
A cada tac do relógio...
< tic >
         Uma lembrança,
                                  < tac >
                                             Prudência: esquecimento















O tic-taqueante rebuliço de histórias sem começo, meio ou fim
Traz o infinito da noite para o peito de quem
Ancora os olhos num ponto fixo de parede branca
(Tela para as imagens que se formam e desmontam)
Parece calculado, se torna esperado, esse tic tac

Esse tic tac tic tac    t i c     t a c          t  i  c            t  a  c

Que só vem a se calar quando o céu laranja se faz
Forçando o fechamento suave das pupilas,
Desancorando a mente das lembranças,
Os olhos das pinturas na parede branca,
O eco do relógio de sua eternidade soberana