O Tempo passa
O Tempo deixa sua marca
O Tempo engana...
Pois no Tempo não há tempo
Não há passado, presente, futuro.
Há memórias, ações, planos;
Há lembranças, paixões, sonhos;
Há filmes, gravações, scripts;
Mas não há tempo, não há.
Passamos por sóis e luas,
Desabstraímos a abstração,
Fingindo ter algum controle
Sobre nosso cárcere, sobre nós,
Sobre o Tempo, e o tempo
Que passa sem sequer existir.
Até mesmo a imortalidade na memória
É efêmera: desbota, se perde, esfria...
Pois no futuro já não há passado,
O que houve já não há;
O que há, já não haverá.
Nem nós havemos de ser;
Já que o passado será esquecido
E que o presente estará findo
Em um futuro abstraído.