domingo, 14 de novembro de 2010

Vaso Grego

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Se o ator se perde na máscara e
Nela se deixa ficar
Seu rosto a ela se funde
Enquanto a tudo tenta estancar.
Passará então a fingir... Que não há

(Dor não há; Nostalgia não há; Êxtase não há )

Sobre a máscara, frieza:
Lágrimas estáticas
Cristalizadas
Exauridas
Perdidas
Sob ela
Incertezas,
Parcas crenças
Memórias acesas,
Mas contidas, retidas
Engasgadas, estagnadas

Porém, houve:
Houve ali um ator
Que se perdeu ao decidir
Tentar se esconder da dor
E à tirana máscara sucumbir

Moldou-se a si mesmo como a um vaso grego, vazio
Aparentemente belo e supremo... Mas de cerâmica frágil, sutil.